quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Hulk : "Lisandro só quer o melhor para o grupo"


Hulk e Lisandro já se entendem no ataque, como se confirmou na Turquia, onde continuaram também a dialogar de forma intensa: o argentino a gesticular e o brasileiro a responder. Aparentemente, em desacordo. "Discutir? Não", corrige Hulk, outra vez convidado a explicar que raio de relação é aquela. "O que acontece é que se o Lisandro achar que há uma opção melhor, ele diz. Fala sempre para garantir o melhor para o grupo." Isto talvez não seja diplomacia de circunstância, porque, do intervalo, os dois voltaram abraçados e em conversas mais serenas. Além disso, Lisandro não persegue Hulk, porque, na Turquia, foram vários os que ficaram de orelhas a arder. Tomás Costa, por exemplo, falhou uma cobertura à direita e Licha não lhe deu descanso. Tratou da reprimenda logo ali, numa intensidade que contrasta com o ar tranquilo e pacífico que exibe sempre fora de campo. Hulk assume que gosta dessa maneira de intervir. "Lisandro é um grande jogador e tem-me ajudado bastante".

Aos poucos, o brasileiro vai ganhando espaço. Ganha também uns metros valentes graças a uma velocidade de ponta, capaz de deixar uma defesa em frangalhos. O Fenerbahçe foi um bom exemplo disso. Já na segunda parte - e, bem a propósito, lançado por Lisandro… -, Hulk embalou rumo à baliza, não teve concorrência à altura para lhe fazer frente, mas esbarrou na incapacidade de dar a estocada final. Ele explica melhor. "Tentei tirar o guarda-redes da frente, mas, infelizmente, não tive a sorte de fazer o golo. O mais importante foi a vitória". A vitória, concorda, foi particularmente importante em Istambul. "Agora, queremos vencer o Arsenal para terminarmos como líderes do grupo", avisa, sem carregar muito no desejo de vingança que possa estar entalado por causa da goleada sofrida em Londres. "Nem sempre corre bem; acontece. Queremos uma vitória no próximo jogo e só dependemos de nós."

Garantir a passagem aos oitavos-de-final da Champions no primeiro ano que a disputa é um feito que o brasileiro considera relevante, juntando mais um capítulo à experiência europeia. "As coisas têm corrido bem, a equipa é boa e pode chegar longe nesta Liga dos Campeões. Isso não me surpreende, porque já sabia que o FC Porto era um clube de importância mundial."

Ouvir Jesualdo dizer aos turcos que ele, Hulk, era muito perigoso fez-lhe bem ao ego. "Fico feliz pela confiança que tem em mim e espero corresponder nos jogos. Agradeço ao treinador e à equipa por confiarem e darei sempre o máximo para ajudar o FC Porto." Além da vitória, Hulk trouxe da Turquia uma recordação emblemática: a camisola de Roberto Carlos. "Já tinha conversado com ele durante o jogo e foi um gesto normal".

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